__________________________________________________________________________________________________________________________________

terça-feira, 30 de setembro de 2025

Publicitar o Barril de Alva em 1938

 

A ponte que liga os territórios do Barril de Alva e Vila Cova de Alva, localizada na área urbana do Barril de Alva, construída entre 1886 e 1888, contribuiu para o crescimento da extinta freguesia, a vários niveis. De notar que, a partir da sua inauguração, o Barril de Alva ficou com três acessos rodoviários (Coja, Lourosa e Vila Cova), e deixou as "portas escancaradas" com vistas para as Serras da Estrela e Açor...

De notar os pormenores que constam de um panfleto publicitário, distribuído pela União e Progresso do Barril de Alva UPBA – em 1938 na região de Almada, onde foi constituída em 1935:

VISITEM O BARRIL DE ALVA, ONDE NÃO FALTA:

LUZ ELÉTRICA
ESTAÇÃO POSTAL
CABINE TELEFÓNICA
CINE TEATRO
RECINTOS APRAZIVEIS E PITORESCOS,
CONCERTOS DA FILARMÓNICA BARRILENSE
CASA DO POVO COM DIVERTIMENTOS
BIFURCAÇÃO DE ESTRADAS
ESPELÊNDIDOS MEIOS DE TRNASPORTE
E AS AFAMADAS ÁGUAS DO URTIGAL

De forma generalizada, a oferta “era perfeita” por se tratar de uma pequena aldeia quase perdida na região da Beira. Além de apresentar aos eventuais interessados a mais valia de um Cineteatro (de que falaremos numa outra ocasião), fica a visão estratégica de quem abonava o presente e o futuro do Barril de Alva: um ponto de referência espacial graças à sua “BIFURCAÇÃO DE ESTRADAS”.
E assim continua nos dias de hoje…


Barril (de Alva) - uma terra da Beira


 TALVEZ NÃO SAIBA...

Quem vem dos lados de Côja, depois das primeiras casas, a cerca de 200 metros, do lado esquerdo, encontra na parede da residência da família do nosso saudoso conterrâneo António Inácio Alves Correia de Oliveira, AIACO, este conjunto de mosaicos que identificam a nossa aldeia, encimados por um outro que ostenta três letras entrelaçadas: ACP. O “sinal” representa a ligação associativa do proprietário ao Automóvel Clube de Portugal...

Desconhece-se se a palavra BARRIL, num outro plano, completava a  toponímia  da freguesia do BARRIL DE ALVA. A não ser assim, o conjunto dos mosaicos é anterior à fundação da freguesia que, como se sabe,  “(…) foi criada pela Lei nº 1639, de 25 de julho de 1924, pela desanexação da povoação de Barril da então freguesia de Vila Cova de Sub-Avô (atualmente Vila Cova de Alva), que passou a ser uma freguesia autónoma (…)”. 

 

domingo, 28 de setembro de 2025

Grupo Desportivo (do) Barril de Alva - "IN HOC SIGNO VINCES"

 




Desconhece-se quem foi o autor da figura simbólica que imaginou para o Barril de Alva um clube desportivo: G.D.B.A. – Grupo Desportivo (do) Barril de Alva.

Não restam dúvidas de que o “sonhador” tinha na ideia associar o G.D.B.A. ao “maior clube de Portugal”, o S.L.B., na ótica de quem é fã. A águia seria substituída pelo Cuco (os barrilenses são conhecidos por esse epíteto), e como não podia deixar de ser, o pipo (barril) com que se identifica a aldeia, fazia parte da alegoria final.

Interessante é a frase alusiva ao projeto da futura instituição, escrita em latim: IN HOC SIGNO VINCES = "COM ESTE SINAL VENCERÁS".

Além do nome do autor, não se sabe em que ano nasceu o sonho – desta vez

( nem) “…sempre que o homem sonha o mundo pula e avança…” ( excerto do poema  de António Gedeão “Pedra Filosofal”)

 

 

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Barril de Alva - prioridades inscritas no III Plano de Fomento (1963)

- Vénia aos "construtores dos sonhos"



Na falta de mais pormenores sobre o alinhamento do Boletim nº 3 da Casa do Concelho de Arganil de julho de 1963, publica-se o destaque das obras consideradas prioritárias”, como a “Construção de um Hospital Sub-Regional ou a reparação e profunda remodelação do Hospital Condessa das Canas”.
É suposto concluir que o III Plano de Fomento, além do mais, priorizava a solução de alguns dos problemas da freguesia do Barril de Alva...
De notar;
- O administrador do Boletim era o barrilense António Inácio Alves Correia de Oliveira;
- A apresentação do referido documento esteve a cargo da União e Progresso do Barril de Alva, U.P.B.A.

 

Boletim da Casa do Concelho de Arganil

Ano II, julho de 1963 nº 3

Diretor -Joaquim Gregório Filipe

Administrador -António Inácio Alves Correia de Oliveira

 A Casa do Concelho Arganil, a quando da realização I Colóquio Municipal, realizado no dia 29 de julho do último ano, presidido pelo  S. Exª o Sr. Governador Civil do nosso Distrito e ainda com a presença dos Exmºs Deputados por Coimbra, incumbida de apresentar um estudo de obras e outros melhoramentos.  Coube à União e Progresso do Barril de Alva apresentar o

 III Plano de Fomento



- Aumento do caudal dos chafarizes
- Conclusão da reparação da estrada para Lourosa
- Reparação da estrada para Vila Cova se Alva
- Reparação e beneficiação da Igreja Matriz

-Calcetamento de várias ruas da localidade
- Consolidação da barreira da estrada entre o Largo Chiado e o Largo José Freire de Carvalho e Albuquerque
- Reparação completa do edifício Escolar
- Construção de uma Pousada
- Construção de um Hospital Sub-Regional ou a reparação e profunda remodelação do Hospital Condessa das Canas
- Povoamento do Rio Alva com espécies piscícolas

Faltou indicar:
- Distribuição de água ao domicílio
- Regularização, ajardinamento e vedação do largo em frente ao Edifício Escolar
- Colocação de um monumento em granito em homenagem aos beneméritos barrilenses

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

O projeto da “Hidro” (de Arganil) foi pensado para ser implantado no Barril de Alva


A localização da "Hidro" 
estava prevista
para este local,
a jusante do Urtigal

A Empresa Hidroelétrica de Arganil (HEA), localizada no rio Alva, a jusante de Côja, foi uma das várias empresas privadas que desempenharam um papel crucial na eletrificação de Portugal no século XX.
Fundada em 1927, operou até 1978 no sistema original.
O projeto da “Hidro” foi pensado para ser implantado no Barril de Alva, a cerca de quinhentos metros a jusante do Urtigal. Existem vestígios da algumas marcações da obra nas duas margens do rio, a mais visível é um pequeno pilar junto ao caminho que segue da ponte para o Urtigal.
A futura barragem, além de gerar energia renovável limpa, iria proporcionar o regadio das ricas margens do Alva, possivelmente até ao sítio conhecido por “Maria Gil” (?), nos domínios da extinta freguesia. Na ponte do Barril de Alva existem duas aberturas para encaminhar o caudal do regadio, segundo as boas lembranças de um passado recente,
Por razões técnicas e ambientais, não foi possível avançar com o projeto inicial, tendo sido adaptado e construído num outro local.
A “Hidro” proporcionou emprego a dezenas de beirões e melhorou a vida de milhares de cidadãos; de memória, o meu amigo Avelino Bernardo, também ele antigo funcionário da “Hidro”, recorda alguns barrilenses e outros companheiros que serviram a empresa sob as ordens de outro conterrâneo, o chefe Abel Simões:
- Carlos Leal, Nelson Gouveia, António Nobre, Luís Castanheira, António Brito, Carlos Gouveia, e João Paulo; de Vila Cova de Alva, José Melro; de Avô, Augusto Figueira; de Pomares, António Barbosa e António Castanheira; de Arganil, José Pena, José Albertino, Maria Filomena Simões, e Maria de Lurdes; de Casal do Frade, Maria Manuela; de Pombeiro da Beira, Belarmino Monteiro; de Vilarinho do Alva, António Carvalho; da Sarnadela Manuel Augusto, além de outros.
O barrilense António Nunes foi um dos primeiros encarregados da Empresa Hidroelétrica de Arganil, agora automatizada.

Barril de Alva - ponte sobre o rio Alva


domingo, 10 de agosto de 2025

O "casamento forçado" de Coja e Barril de Alva merece ser feliz e abençoado pelos deuses



O Barril de Alva vê chegar o dia das próximas eleições autárquicas, em outubro, resignado pela triste sorte “de não ter o direito de caminhar pelo próprio pé”; como membro do último executivo, 2019/2013, ouso alertar as consciências de quem irá exercer o direito da escolha do próximo executivo autárquico para o futuro que se avizinha…


Nada a dizer sobre os trabalho possível dos anteriores e atuais gestores da União de Freguesias, no que ao Barril de Alva diz respeito. Só quem não tiver “olhos de ver” ou manifesta má-fé poderá usar a crítica maliciosa em seu desabono. Naturalmente, ninguém pode agradar a gregos e a troianos…
O desempenho das obrigações da equipa  da  antiga Junta de Freguesia estava alicerçado no amor ao Barril de Alva, onde nascemos e aprendemos a "ler, a escrever e a fazer contas". Os eleitores, além do mais, deram-nos a subida honra de manter vivas as memórias dos nossos antepassados e fazer mais e melhor pela nossa terra natal.
A partir de outubro, o mínimo que se exige a quem irá governar o território da ex freguesia do Barril de Alva é a continuidade destes princípios.
O mesmo se deseja para a ex freguesia de Coja e aldeias satélites.
Em suma: de mãos dadas, com dedicação, competência e muito, muito trabalho, o "casamento forçado" de Coja e Barril de Alva merece ser feliz e abençoado pelos deuses.

União de freguesias
“A Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro, estabeleceu a reorganização administrativa do território das freguesias, que resultou na criação de uniões de freguesias. Essa lei define o regime jurídico para a criação, modificação e extinção de freguesias, incluindo a agregação de freguesias em uniões.
A lei usa a expressão "união de freguesias" para descrever a agregação de duas ou mais freguesias em uma única entidade administrativa. A expressão "união das freguesias" também pode ser encontrada, mas a forma correta e mais utilizada na legislação é "união de freguesias".

“As (próximas) eleições autárquicas portuguesas de 2025,ou eleições para as Câmaras Municipais, Assembleias Municipais, Juntas de Freguesia e Assembleias de Freguesias serão realizadas a 12 de outubro de 2025. Estarão em disputa nestas eleições autárquicas a escolha de 308 presidentes de câmaras municipais, os seus vereadores e assembleias municipais, bem como 3 259 assembleias de freguesia, número que aumentou em termos líquidos em 167 freguesias relativamente às últimas eleições onde foram a votos 3 091 freguesias, fruto do processo de desagregação de freguesias, das quais sairão os próximos executivos das juntas de freguesia” – Wikipédia

... Enquanto houver memória

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Urtigal - uma estória de amor



*
No colo da margem, o URTIGAL floresce.
É um pedaço de paraíso
verde a brilhar,
onde a água do Alva, suave, o aquece
e o rio-pai o faz prosperar.
O Barril cresce,
erguido em canção,
com a força das águas que o viram nascer.
e tem o nome do rio no coração
a história de amor que o fez florescer
_
... com o "precioso" contributo  da IA do Gemini

quarta-feira, 30 de julho de 2025

Os que não "assobiam para o lado"

Sob o espírito da U.P.B.A. 

É por estas e por outras “coisinhas” QUE OS BARRILENSES SÃO ASSIM !

Para alguns voluntários,
a hora de almoço 
é quando tudo está
(quase) terminado;
fraternalmente, petiscam do 
mesmo prato

No que toca ao associativismo, aqui por estas bandas, devo ter cautela nas palavras que “saem da ponta dos dedos”, que são quatro, aqueles que respondem aos impulsos da mente – os outros seis (dedos) “são mudos”…

…Pretendo alguma elegância nas palavras para saudar todas e todos, como agora se usa na política partidária, pela dedicação (de quem a tem…) à causa pública; quando assumem o trabalho “pro bono”, roubando tempo  ao descanso do corpo e do espírito para erguer “qualquer coisa” que tenha utilidade para os seus semelhantes, há que lhes tirar o chapéu.
A lista dos trabalhos “grátis” que os voluntários assumem é vastíssima, mas vou direito ao assunto que serve de legenda à fotografia que ilustra esta croniqueta de trazer por casa.
- Cá vai: nos últimos  anos, o Barril de Alva apresentou três jornadas de entretenimento puro, graças à dedicação, trabalho e alguns gastos pessoais de “duas mãos cheias de pessoas”!
Nem todas estas boas vontades têm raízes na aldeia - os espíritos “rebeldes” e proativos são suficientes para quem não assobia para o lado quando a causa é solidária e fraterna, e tudo acontece como num golpe de magia!
Os outros, os que assobiam para o lado e nada fazem - nunca fizeram! -, também têm direito a opinar:
- Então, gostaste da festa?
- Ééééé… nem por isso, foi fraquita.
Como já se percebeu, o pretexto para este texto de ocasião tem um nome: Barril Summer Fest.
Dizer a quem achou a festa fraquita: - “Para o ano fazes tu, juntas um grupo de amigos e metem  mãos à obra…”- era resposta merecida, mas pouco elegante

A U.P.B.A. é a única coletividade de cariz regionalista que existe no Movimento Associativo Almadense, devidamente legalizada e no ativo

Quase a terminar:
O Tonecas, presidente da União e Progresso do Barril de Alva, enviou-me um exemplar de livro “Movimento Associativo Almadense". São trezentas páginas com análises sociais e múltiplas informações, o que faz da edição um documento valioso para as comunidades referenciadas, onde está incluída a U.P.B.A., como é de imaginar.
Na página setenta e três, dedicada às "Coletividades, Associações e Clubes," por antiguidade na fundação, das vinte e sete instituições referenciadas, a União e Progresso do Barril de Alva ocupa a posição onze!
Pormenor: a U.P.B.A. é a única coletividade de cariz regionalista que existe no Movimento Associativo Almadense, devidamente legalizada e no ativo.

É por estas e por outras “coisinhas” que o Barril de Alva é uma referência no concelho de Arganil.
É por estas e por outras “coisinhas” QUE OS BARRILENSES SÃO ASSIM !
-
CR

terça-feira, 15 de julho de 2025

Urtigal - "Junto da bica água cristalina..."

 




Em 2009, quando o executivo da Junta de Freguesia do Barril de Alva, entretanto eleito, fez o levantamento dos pontos mais sensíveis para o desenvolvimento do turismo, facilmente se concluiu que o Urtigal e todo o espaço adjacente ao Parque de Merendas AIACO, junto à ponte, carecia de projetos estéticos com utilidade prática. "Agradar à vista", sim; cativar as sensibilidades de quem aprecia a Natureza, também, mas...
Com o rio Alva a musicar em estereofonia as águas que serpenteiam por entre as pedras no tempo do estio, era de toda a conveniência tirar partido desse "espetáculo", que incluia  o belo canto dos rouxinóis…
Havendo "tudo isto", com a soberana finalidade de fazer da nossa terra um local ainda mais aprazível, discutiram-se ideias!
A limpeza do Urtigal (mais tarde soube-se que, em tempos recuados, se chamara Quinta do Urtigal - volume XI da obra“Portugal Antigo e Moderno”, editado em 1886: o lugar do BARRIL e a QUINTA DO URTIGAL fazem parte da freguesia de Vila Cova de Sub-Avô....), junto ao caneiro, fez aparecer ruinas do lagar e da moenda que ali existiram, por certo durante mais de um século.
Uns, pelo conhecimento do "crime" cometido na zona industrial e na casa do caseiro, onde viveram duas ou três gerações de moleiros, pescadores e agricultores, outros com as memórias frescas, apesar do avanço daa idades - todos relataram estórias que, no entender do executivo da Junta, deveriam ser sinalizadas de modo a que os vindouros tivessem a curiosidade de questionar os barrilenses mais velhos:
- O que era "isto"?...

Aproveitamento das ruinas da moenda e do lagar

Foi com essa finalidade que se ergueu no Urtigal um espaço propício ao entretenimento e convívio familiar e, ao mesmo tempo, terminar definitivamente com as fogueiras dos piqueniques de ocasião.
O Parque para Autocaravanas, construído junto à ponte, num local onde existem vestígios da pesquisa de ouro pelos romanos, além de uma referência regional pela localização, é um espaço de repouso digno e acolhedor.
Depois da junção de Coja e Barril de Alva, o executivo eleito (e seguintes) para a União das extisntas freguesias não descurou o embelezamento dos referidos locais, dotando-os de infraestruturas que, embora modestas, são polos de atração para quem nos visita.
- O rio insiste no diálogo com quem tem conversa capaz de entender alguns dos seus segredos e perceber a sua "música". Basta estar atento!
- O antigo lagar, agora, adivinha-se ....
- A água fresca e leve da fonte, dia após dia, todos os dias, só espera por quem a possa sorver com deleite.


-
Nota: texto adaptado de uma publicação no blog https://ritual.blogs.sapo.pt/ em 04.07.17 , initulada "Quinta do Urtigal" recupera mística



quinta-feira, 5 de junho de 2025

Está a chegar o S. João

Piquenique no Largo da Ponte durante os 
festejos em honra de S.João

De memória, recordo a festa em honra de S. João – o maior de todos os festejos populares realizados no Barril de Aldeia, a aldeia onde nasci.
“Era” em junho!
Durante dois dias, fazia-se a festa - pretexto para os nossos patrícios da área metropolitana de Lisboa se organizarem como excursionistas de abalada até Barril de Alva para “matar saudades” da terra, rever amigos, “beber uns copos” e, claro, ouvir a Filarmónica, a menina bonita de todos nós. Por cá, os mordomos enfeitavam o largo da Igreja Matriz, erguiam os pendões, montavam a barraquinha da quermesse e a iluminação, a condizer com o evento, contratavam o conjunto de baile para animar o serão, organizavam o tradicional piquenique no Parque da Ponte, e à “hora do costume” ao fim da tarde, um destemido e corajoso fogueteiro, a meio da ponte, soltava os foguetes - muitos foguetes! 
Do alto do monte que existe do outro lado da ponte, os vilacovenses respondiam a preceito, com foguetes, muitos foguetes…
Festa de S. João obriga a práticas religiosas, o que era cumprido a rigor. Contudo, o lado profano tinha rituais que os barrilenses não dispensavam.
O “nosso” S. João, “pobrezinho, mas honrado”, não dispensava uma marchinha depois do piquenique no Parque da Ponte.
Nesse dia, juntavam-se as famílias, merendava-se a preceito, tocava a Banda e, ao fim da tarde, inventavam-se arquinhos a condizer, compunha-se a marcha, os foliões mais corajosos na dianteira, e a Banda, às ordens do mestre, tocava a “Marcha do Barril”. Alguns e algumas sabiam a “letra de cor e salteado”- o Silvestre e a esposa Leonor eram os “reis da festa”!

Lá lá, lá lá…” - lá vai o Barril / lá vai o Barril /
lá vai todo contente / sempre fixe e alegre / para toda a gente…”


S. João de Alqueidão

Capela de S. João de Alqueidão
"Em o derradeiro dia de Maio da era de 1633,
eu prior Manuel Nunes disse a primeira missa em a capela de
 Sam João Bautista que mandei fazer"

Vila Cova de Alva também festeja (?) o “seu” S. João, com capela no morro de Alqueidão – era de lá que vinha a “resposta visual e sonora” durante o despique do foguetório, para gáudio de quem se considerava “vencedor” do entretenimento (e não mais do que isso!). O facto do Barril de Alva se ter desvinculado em 1924 da freguesia de Vila Cova (de Sub -Avô) fez nascer uma certa rivalidade entre os naturais das duas freguesias. “Ganhar no jogo dos foguetes”, naquele tempo, para os mais velhos, sabia a vitória…
*
Vem a talhe de foice lembrar a riquíssima História de Vila Cova de Alva. Sobre a capela (original) de S. João de Alqueidão: “(…) Segundo o Padre Januário Lourenço dos Santos, a capela foi construída em 1633 e é um nítido aproveitamento de um templo anterior, de maior vulto, de que se encontraram restos subterrâneos das suas paredes, sepulturas, com cabeceiras da época medieval, com a cruz de malta, no terreno circundante, naturalmente o cemitério, e, ainda, fragmentos de cerâmica (…)”

*
O “nosso” S .João está quase a chegar!
- E o de Vila Cova de Alva também!
___

NOTA- O texto sobre o  "Dia de S.João" foi adaptado de uma publicação anterior 

sexta-feira, 2 de maio de 2025

Do “barril encantado” e da “Tragédia do Barril de Alva", na Guiné, à Casa Museu "Os Barrilenses são assim"


 

Fiz três “perguntinhas” ao  GEMINI, assistente de IA da Google, sobre  a História do Barril de Alva, com um truque  no contexto e objetivo, usando letras maiúsculas e minúsculas.  Como entretenimento, vale a pena ler os resultados da pesquisa, reconhecendo que ao “escrever direito por linhas tortas” nem sempre conseguimos os objetivos desejados

 

1        - Qual é a História do barril de Alva?

2        - Qual a história do Barril de Alva

3        - Qual é a História da aldeia do Barril de Alva

 

Antes de conhecer as respostas deve ter em conta a advertência oficial de que”O Gemini pode apresentar informações incorretas, inclusive sobre pessoas…”

 ***

 1 -“Ah, a história do barril de Alva! É uma daquelas lendas que ecoam pelas terras de Portugal, carregada de mistério e, dependendo de quem conta, até de um toque sobrenatural.

No coração da Serra da Estrela, perto da pitoresca aldeia de Alva, existe uma formação rochosa peculiar. Diz a lenda que essa rocha, com a sua forma arredondada e oca, é na verdade um barril encantado.

A história mais comum conta que, em tempos remotos, uma moura encantada habitava estas terras. Ela possuía um barril mágico, cheio de ouro e pedras preciosas. Esse barril era guardado a sete chaves e escondido nas profundezas da serra.

Existem várias versões sobre o que aconteceu ao barril e à moura:

A Maldição e o Tesouro Escondido: Alguns dizem que a moura lançou uma maldição sobre o barril para protegê-lo de mãos gananciosas. Acredita-se que o tesouro ainda esteja lá, mas apenas uma pessoa pura de coração e quebrar a maldição conseguirá encontrá-lo. Muitos aventureiros tentaram, mas todos falharam, e alguns até desapareceram misteriosamente.

O Barril Petrificado: Outra versão sugere que, por algum motivo desconhecido (talvez por ter sido perturbada ou por um feitiço), a moura e o seu barril foram transformados em pedra, dando origem à formação rochosa que vemos hoje. As marcas na rocha seriam os vestígios do barril encantado.

A Oferta à Natureza: Há também quem acredite que o barril não continha riquezas materiais, mas sim energias da terra ou segredos da natureza. A sua forma seria uma representação da fertilidade e da abundância, e a rocha seria um local sagrado, um ponto de ligação entre o mundo visível e o invisível.

Independentemente da versão, a história do barril de Alva alimenta a imaginação das pessoas e adiciona um toque de magia à beleza natural da Serra da Estrela. A rocha em si tornou-se um ponto de interesse para caminhantes e curiosos, que se maravilham com a sua forma singular e se deixam levar pela lenda.

É interessante notar como estas histórias populares muitas vezes refletem os medos, as esperanças e a relação das comunidades com a paisagem que as rodeia. O barril de Alva, seja ele um cofre de ouro ou um símbolo da natureza, continua vivo na memória coletiva, transmitido de geração em geração.

Já conhecias esta história? Tens alguma versão diferente que tenhas ouvido?

 

***

-Ah, a história do Barril de Alva! Que me recordo bem. É uma história fascinante e trágica ligada à Guerra Colonial Portuguesa.

Em 25 de abril de 1971, durante um ataque do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde) a uma coluna militar portuguesa perto da aldeia de Barril de Alva, na Guiné-Bissau, um grupo de soldados portugueses foi apanhado numa emboscada.

Para se protegerem do fogo inimigo, treze soldados refugiaram-se no interior de um barril metálico abandonado à beira da estrada. No entanto, o barril foi atingido por um rocket RPG-7. A explosão causou a morte imediata de onze dos treze soldados. Os dois sobreviventes ficaram gravemente feridos.

Este evento, conhecido como a "Tragédia do Barril de Alva", tornou-se um símbolo da brutalidade e do sofrimento da Guerra Colonial para muitos portugueses. Os jovens soldados, na sua maioria cumprindo o serviço militar obrigatório, encontraram um fim terrível naquele barril, longe das suas casas.

A história do Barril de Alva ressoa ainda hoje como um lembrete doloroso das vidas perdidas e do impacto da guerra. É frequentemente mencionada em discussões sobre a Guerra Colonial e nas homenagens aos combatentes portugueses.

Lembra-se de mais alguma coisa sobre este evento ou gostaria de saber mais detalhes?

 

***

3-“A aldeia de Barril de Alva, tal como a conhecemos hoje, tem uma história interessante e relativamente recente enquanto freguesia autónoma. Durante muito tempo, Barril pertenceu à freguesia de Vila Cova de Alva (antigamente chamada Vila Cova de Sub-Avô).

A elevação de Barril à categoria de freguesia independente ocorreu a 25 de julho de 1924, através da lei nº 1639. Este foi um momento importante para a comunidade local, que ambicionava a sua autonomia administrativa. Documentos da época indicam que esta decisão foi tomada após alguma disputa e com o objetivo de trazer "bom nome, prosperidade e sossego" aos habitantes.

No entanto, a história do povoamento da área é certamente mais antiga. A proximidade ao rio Alva e a fertilidade das terras terão atraído pessoas para a região ao longo dos séculos. A própria lenda do "barril de Alva" que mencionamos anteriormente, ligada a uma formação rochosa perto da aldeia, sugere uma presença humana e a criação de narrativas populares ao longo do tempo.

Em termos de património, Barril de Alva possui a sua Igreja de São Simão (a igreja matriz), as Capelas de Santo Aleixo e de Santa Maria Madalena, o Solar de Barril de Alva e a Quinta de Santo António. Estes edifícios testemunham a evolução da aldeia ao longo do tempo.

Mais recentemente, em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, a freguesia de Barril de Alva foi extinta e agregada à freguesia vizinha de Côja, formando a União das Freguesias de Côja e Barril de Alva, com sede em Côja. Apesar desta mudança administrativa, Barril de Alva mantém a sua identidade e história próprias.

É também interessante notar que existe em Barril de Alva uma Casa Museu "Os Barrilenses são assim". Este espaço procura preservar a memória histórica da antiga freguesia e da vida dos seus habitantes, reunindo histórias e memórias da comunidade.

Portanto, embora a autonomia administrativa de Barril de Alva seja relativamente recente, a sua história como local habitado e com uma identidade cultural própria estende-se por um período mais longo, enriquecida por lendas como a do barril encantado e marcada pela vida das gerações que ali viveram”.

 “O Gemini pode apresentar informações incorretas, inclusive sobre pessoas, por isso, confira”.

***

Como se “vê”, o GEMINI é “simpático” nas referências à aldeia do Barril de Alva quando realça “a sua história como local habitado e com uma identidade cultural própria estende-se por um período mais longo”. Soube agora que, no tempo colonial, existiu na Guiné, a aldeia do Barril de Alva de má memória. Quanto ao “barril encantado” … a estória é outra – possivelmente a lenda “pertence” à aldeia de Alva, que faz parte da União das Freguesias de Mamouros, Alva e Ribolhos,  concelho  de Castro Daire



sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

"Notícia do dia"

 

Parlamento aprovou a desagregação de 135 uniões, criando 302 novas freguesias 

(“Público”)


 A “notícia do dia”, para a minha aldeia, não aquece nem arrefece a alma dos barrilenses: perante os factos (reduzido número de eleitores), só um “milagre” pode trazer de volta a sua independência administrativa num próximo futuro, coisa que, pessoalmente, também não me aquece nem arrefece – a mim e aos outros residentes “quase” velhos como eu. Dito assim, quem lê pensará que “desisti de lutar” pelo futuro da minha terra – ideia falsa: enquanto as forças o permitirem estarei na primeira fila em comunhão com TODOS os que pugnarem pelo Barril de Alva. Seremos poucos? Talvez…

Mesmo poucos (?), é dever de todos nós “enriquecer” as próximas eleições autárquicas, apoiando os candidatos à União de Freguesias que julgarmos mais capazes de fazer obra no Barril de Alva, em Coja e no conjunto de aldeias ligadas à “Princesa do Alva”.

___

*Nota de rodapé

 BARRIL DE ALVA : "Uma terra que Deus ajardinou para estância de repouso"

 A criação da freguesia do Barril de Alva foi um projeto (?) do clã Freires /Albuquerques,  dos  irmãos Nunes dos Santos e de muitos outros barrilenses, na sua maioria cidadãos anónimos imbuídos do mesmo amor pátrio, que levaram a cruz ao calvário  graças  à sua devotada paixão ao torrão natal, uns associados à prestigiada União e Progresso do Barril de Alva, outros de forma isolada.

O “milagre” que fez do Barril de Alva uma freguesia quase centenária foi obra de barrilenses a quem devemos preito quando percorremos as suas ruas largas e arejadas, contemplamos os fontanários, o coreto, a Igreja e as Capelas, a extinta Casa do Povo, o magnifico edifício da antiga escola, a sede da Filarmónica, o Centro de Dia, o Cemitério… e conhecemos a  História do antigo lugar do Barril,

- À mãe Natureza agradecemos o “nosso” rio Alva.

 Carlos Alberto Ramos