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quinta-feira, 5 de junho de 2025

Está a chegar o S. João

Piquenique no Largo da Ponte durante os 
festejos em honra de S.João

De memória, recordo a festa em honra de S. João – o maior de todos os festejos populares realizados no Barril de Aldeia, a aldeia onde nasci.
“Era” em junho!
Durante dois dias, fazia-se a festa - pretexto para os nossos patrícios da área metropolitana de Lisboa se organizarem como excursionistas de abalada até Barril de Alva para “matar saudades” da terra, rever amigos, “beber uns copos” e, claro, ouvir a Filarmónica, a menina bonita de todos nós. Por cá, os mordomos enfeitavam o largo da Igreja Matriz, erguiam os pendões, montavam a barraquinha da quermesse e a iluminação, a condizer com o evento, contratavam o conjunto de baile para animar o serão, organizavam o tradicional piquenique no Parque da Ponte, e à “hora do costume” ao fim da tarde, um destemido e corajoso fogueteiro, a meio da ponte, soltava os foguetes - muitos foguetes! 
Do alto do monte que existe do outro lado da ponte, os vilacovenses respondiam a preceito, com foguetes, muitos foguetes…
Festa de S. João obriga a práticas religiosas, o que era cumprido a rigor. Contudo, o lado profano tinha rituais que os barrilenses não dispensavam.
O “nosso” S. João, “pobrezinho, mas honrado”, não dispensava uma marchinha depois do piquenique no Parque da Ponte.
Nesse dia, juntavam-se as famílias, merendava-se a preceito, tocava a Banda e, ao fim da tarde, inventavam-se arquinhos a condizer, compunha-se a marcha, os foliões mais corajosos na dianteira, e a Banda, às ordens do mestre, tocava a “Marcha do Barril”. Alguns e algumas sabiam a “letra de cor e salteado”- o Silvestre e a esposa Leonor eram os “reis da festa”!

Lá lá, lá lá…” - lá vai o Barril / lá vai o Barril /
lá vai todo contente / sempre fixe e alegre / para toda a gente…”


S. João de Alqueidão

Capela de S. João de Alqueidão
"Em o derradeiro dia de Maio da era de 1633,
eu prior Manuel Nunes disse a primeira missa em a capela de
 Sam João Bautista que mandei fazer"

Vila Cova de Alva também festeja (?) o “seu” S. João, com capela no morro de Alqueidão – era de lá que vinha a “resposta visual e sonora” durante o despique do foguetório, para gáudio de quem se considerava “vencedor” do entretenimento (e não mais do que isso!). O facto do Barril de Alva se ter desvinculado em 1924 da freguesia de Vila Cova (de Sub -Avô) fez nascer uma certa rivalidade entre os naturais das duas freguesias. “Ganhar no jogo dos foguetes”, naquele tempo, para os mais velhos, sabia a vitória…
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Vem a talhe de foice lembrar a riquíssima História de Vila Cova de Alva. Sobre a capela (original) de S. João de Alqueidão: “(…) Segundo o Padre Januário Lourenço dos Santos, a capela foi construída em 1633 e é um nítido aproveitamento de um templo anterior, de maior vulto, de que se encontraram restos subterrâneos das suas paredes, sepulturas, com cabeceiras da época medieval, com a cruz de malta, no terreno circundante, naturalmente o cemitério, e, ainda, fragmentos de cerâmica (…)”

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O “nosso” S .João está quase a chegar!
- E o de Vila Cova de Alva também!
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NOTA- O texto sobre o  "Dia de S.João" foi adaptado de uma publicação anterior 

sexta-feira, 2 de maio de 2025

Do “barril encantado” e da “Tragédia do Barril de Alva", na Guiné, à Casa Museu "Os Barrilenses são assim"


 

Fiz três “perguntinhas” ao  GEMINI, assistente de IA da Google, sobre  a História do Barril de Alva, com um truque  no contexto e objetivo, usando letras maiúsculas e minúsculas.  Como entretenimento, vale a pena ler os resultados da pesquisa, reconhecendo que ao “escrever direito por linhas tortas” nem sempre conseguimos os objetivos desejados

 

1        - Qual é a História do barril de Alva?

2        - Qual a história do Barril de Alva

3        - Qual é a História da aldeia do Barril de Alva

 

Antes de conhecer as respostas deve ter em conta a advertência oficial de que”O Gemini pode apresentar informações incorretas, inclusive sobre pessoas…”

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 1 -“Ah, a história do barril de Alva! É uma daquelas lendas que ecoam pelas terras de Portugal, carregada de mistério e, dependendo de quem conta, até de um toque sobrenatural.

No coração da Serra da Estrela, perto da pitoresca aldeia de Alva, existe uma formação rochosa peculiar. Diz a lenda que essa rocha, com a sua forma arredondada e oca, é na verdade um barril encantado.

A história mais comum conta que, em tempos remotos, uma moura encantada habitava estas terras. Ela possuía um barril mágico, cheio de ouro e pedras preciosas. Esse barril era guardado a sete chaves e escondido nas profundezas da serra.

Existem várias versões sobre o que aconteceu ao barril e à moura:

A Maldição e o Tesouro Escondido: Alguns dizem que a moura lançou uma maldição sobre o barril para protegê-lo de mãos gananciosas. Acredita-se que o tesouro ainda esteja lá, mas apenas uma pessoa pura de coração e quebrar a maldição conseguirá encontrá-lo. Muitos aventureiros tentaram, mas todos falharam, e alguns até desapareceram misteriosamente.

O Barril Petrificado: Outra versão sugere que, por algum motivo desconhecido (talvez por ter sido perturbada ou por um feitiço), a moura e o seu barril foram transformados em pedra, dando origem à formação rochosa que vemos hoje. As marcas na rocha seriam os vestígios do barril encantado.

A Oferta à Natureza: Há também quem acredite que o barril não continha riquezas materiais, mas sim energias da terra ou segredos da natureza. A sua forma seria uma representação da fertilidade e da abundância, e a rocha seria um local sagrado, um ponto de ligação entre o mundo visível e o invisível.

Independentemente da versão, a história do barril de Alva alimenta a imaginação das pessoas e adiciona um toque de magia à beleza natural da Serra da Estrela. A rocha em si tornou-se um ponto de interesse para caminhantes e curiosos, que se maravilham com a sua forma singular e se deixam levar pela lenda.

É interessante notar como estas histórias populares muitas vezes refletem os medos, as esperanças e a relação das comunidades com a paisagem que as rodeia. O barril de Alva, seja ele um cofre de ouro ou um símbolo da natureza, continua vivo na memória coletiva, transmitido de geração em geração.

Já conhecias esta história? Tens alguma versão diferente que tenhas ouvido?

 

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-Ah, a história do Barril de Alva! Que me recordo bem. É uma história fascinante e trágica ligada à Guerra Colonial Portuguesa.

Em 25 de abril de 1971, durante um ataque do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde) a uma coluna militar portuguesa perto da aldeia de Barril de Alva, na Guiné-Bissau, um grupo de soldados portugueses foi apanhado numa emboscada.

Para se protegerem do fogo inimigo, treze soldados refugiaram-se no interior de um barril metálico abandonado à beira da estrada. No entanto, o barril foi atingido por um rocket RPG-7. A explosão causou a morte imediata de onze dos treze soldados. Os dois sobreviventes ficaram gravemente feridos.

Este evento, conhecido como a "Tragédia do Barril de Alva", tornou-se um símbolo da brutalidade e do sofrimento da Guerra Colonial para muitos portugueses. Os jovens soldados, na sua maioria cumprindo o serviço militar obrigatório, encontraram um fim terrível naquele barril, longe das suas casas.

A história do Barril de Alva ressoa ainda hoje como um lembrete doloroso das vidas perdidas e do impacto da guerra. É frequentemente mencionada em discussões sobre a Guerra Colonial e nas homenagens aos combatentes portugueses.

Lembra-se de mais alguma coisa sobre este evento ou gostaria de saber mais detalhes?

 

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3-“A aldeia de Barril de Alva, tal como a conhecemos hoje, tem uma história interessante e relativamente recente enquanto freguesia autónoma. Durante muito tempo, Barril pertenceu à freguesia de Vila Cova de Alva (antigamente chamada Vila Cova de Sub-Avô).

A elevação de Barril à categoria de freguesia independente ocorreu a 25 de julho de 1924, através da lei nº 1639. Este foi um momento importante para a comunidade local, que ambicionava a sua autonomia administrativa. Documentos da época indicam que esta decisão foi tomada após alguma disputa e com o objetivo de trazer "bom nome, prosperidade e sossego" aos habitantes.

No entanto, a história do povoamento da área é certamente mais antiga. A proximidade ao rio Alva e a fertilidade das terras terão atraído pessoas para a região ao longo dos séculos. A própria lenda do "barril de Alva" que mencionamos anteriormente, ligada a uma formação rochosa perto da aldeia, sugere uma presença humana e a criação de narrativas populares ao longo do tempo.

Em termos de património, Barril de Alva possui a sua Igreja de São Simão (a igreja matriz), as Capelas de Santo Aleixo e de Santa Maria Madalena, o Solar de Barril de Alva e a Quinta de Santo António. Estes edifícios testemunham a evolução da aldeia ao longo do tempo.

Mais recentemente, em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, a freguesia de Barril de Alva foi extinta e agregada à freguesia vizinha de Côja, formando a União das Freguesias de Côja e Barril de Alva, com sede em Côja. Apesar desta mudança administrativa, Barril de Alva mantém a sua identidade e história próprias.

É também interessante notar que existe em Barril de Alva uma Casa Museu "Os Barrilenses são assim". Este espaço procura preservar a memória histórica da antiga freguesia e da vida dos seus habitantes, reunindo histórias e memórias da comunidade.

Portanto, embora a autonomia administrativa de Barril de Alva seja relativamente recente, a sua história como local habitado e com uma identidade cultural própria estende-se por um período mais longo, enriquecida por lendas como a do barril encantado e marcada pela vida das gerações que ali viveram”.

 “O Gemini pode apresentar informações incorretas, inclusive sobre pessoas, por isso, confira”.

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Como se “vê”, o GEMINI é “simpático” nas referências à aldeia do Barril de Alva quando realça “a sua história como local habitado e com uma identidade cultural própria estende-se por um período mais longo”. Soube agora que, no tempo colonial, existiu na Guiné, a aldeia do Barril de Alva de má memória. Quanto ao “barril encantado” … a estória é outra – possivelmente a lenda “pertence” à aldeia de Alva, que faz parte da União das Freguesias de Mamouros, Alva e Ribolhos,  concelho  de Castro Daire



sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

"Notícia do dia"

 

Parlamento aprovou a desagregação de 135 uniões, criando 302 novas freguesias 

(“Público”)


 A “notícia do dia”, para a minha aldeia, não aquece nem arrefece a alma dos barrilenses: perante os factos (reduzido número de eleitores), só um “milagre” pode trazer de volta a sua independência administrativa num próximo futuro, coisa que, pessoalmente, também não me aquece nem arrefece – a mim e aos outros residentes “quase” velhos como eu. Dito assim, quem lê pensará que “desisti de lutar” pelo futuro da minha terra – ideia falsa: enquanto as forças o permitirem estarei na primeira fila em comunhão com TODOS os que pugnarem pelo Barril de Alva. Seremos poucos? Talvez…

Mesmo poucos (?), é dever de todos nós “enriquecer” as próximas eleições autárquicas, apoiando os candidatos à União de Freguesias que julgarmos mais capazes de fazer obra no Barril de Alva, em Coja e no conjunto de aldeias ligadas à “Princesa do Alva”.

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*Nota de rodapé

 BARRIL DE ALVA : "Uma terra que Deus ajardinou para estância de repouso"

 A criação da freguesia do Barril de Alva foi um projeto (?) do clã Freires /Albuquerques,  dos  irmãos Nunes dos Santos e de muitos outros barrilenses, na sua maioria cidadãos anónimos imbuídos do mesmo amor pátrio, que levaram a cruz ao calvário  graças  à sua devotada paixão ao torrão natal, uns associados à prestigiada União e Progresso do Barril de Alva, outros de forma isolada.

O “milagre” que fez do Barril de Alva uma freguesia quase centenária foi obra de barrilenses a quem devemos preito quando percorremos as suas ruas largas e arejadas, contemplamos os fontanários, o coreto, a Igreja e as Capelas, a extinta Casa do Povo, o magnifico edifício da antiga escola, a sede da Filarmónica, o Centro de Dia, o Cemitério… e conhecemos a  História do antigo lugar do Barril,

- À mãe Natureza agradecemos o “nosso” rio Alva.

 Carlos Alberto Ramos