sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Lomba do Canho



A Câmara Municipal de Arganil tem em curso obras de monta no centro da vila, argumentando o presidente, Eng. Ricardo Pereira Alves, que esta reabilitação urbana vem “conferir uma maior atratividade ao centro histórico de Arganil, valorizando o seu espaço público”, pretendendo levar as pessoas “sobretudo, a comprar no seu comércio tradicional”.
Nem mais: as obras em curso conferem “maior atratividade ao centro histórico de Arganil” (?) !
Li, reli, conheço razoavelmente bem a sede do concelho, mas não descortinei nas entrelinhas do discurso do Eng. Pereira Alves (para além da Igreja Matriz e das saudades “físicas” de Miguel Torga) “qualquer coisa” capaz de atrair ao coração da vila turistas, muitos turistas - dos que vêm nas ondas do conhecimento e da ciência, por exemplo, em busca do espólio do Castro da Lomba do Canho…
Recupero memórias e recuo ao tempo do “nosso” Externato Alves Mendes, não para falar de saudade, mas para lembrar Lomba do Canho, nas Secarias, e o Professor Doutor João de Castro Nunes, figura impar do conhecimento sobre esta matéria. 
Como pertenço ao tempo do “descobridor” do ACAMPAMENTO MILITAR ROMANO DA LOMBA DO CANHO, sempre esperei por um espaço digno dos achados, aberto ao público, mas nem sombra dele…
Entretanto, no dia 15 de março de 2008 os jornais anunciavam:
- “Arganil: Peças do período romano desapareceram do acervo do Museu Regional de Arqueologia”. 
Dentro da notícia, o dr Castro Nunes informava que (…) "é o único (Acampamento Militar) que resta em todo o mundo romano, do período tardo-republicano, o que lhe confere um estatuto de património da Humanidade", embora esteja presentemente ao "abandono pela edilidade arganilense (…)”.
Pois… 
Agora, lendo, como li, ideias em tempo de campanha autárquica, em pensamento “fiz uuuuuuuuau” ! 
E é isto que, modestamente, dou à estampa a propósito de uma das ideias, a número 7, do Partido Socialista de Arganil. 
Há luz no “fundo do poço” ! 
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NOTA: O Castro da Lomba do Canho está classificado como Imóvel de Interesse público (IIP), pelo, Decreto nº 42 255, DG, 1ª série, nº 105 de 08 maio 1959.

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