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terça-feira, 30 de setembro de 2025

Publicitar o Barril de Alva em 1938

 

A ponte que liga os territórios do Barril de Alva e Vila Cova de Alva, localizada na área urbana do Barril de Alva, construída entre 1886 e 1888, contribuiu para o crescimento da extinta freguesia, a vários niveis. De notar que, a partir da sua inauguração, o Barril de Alva ficou com três acessos rodoviários (Coja, Lourosa e Vila Cova), e deixou as "portas escancaradas" com vistas para as Serras da Estrela e Açor...

De notar os pormenores que constam de um panfleto publicitário, distribuído pela União e Progresso do Barril de Alva UPBA – em 1938 na região de Almada, onde foi constituída em 1935:

VISITEM O BARRIL DE ALVA, ONDE NÃO FALTA:

LUZ ELÉTRICA
ESTAÇÃO POSTAL
CABINE TELEFÓNICA
CINE TEATRO
RECINTOS APRAZIVEIS E PITORESCOS,
CONCERTOS DA FILARMÓNICA BARRILENSE
CASA DO POVO COM DIVERTIMENTOS
BIFURCAÇÃO DE ESTRADAS
ESPELÊNDIDOS MEIOS DE TRNASPORTE
E AS AFAMADAS ÁGUAS DO URTIGAL

De forma generalizada, a oferta “era perfeita” por se tratar de uma pequena aldeia quase perdida na região da Beira. Além de apresentar aos eventuais interessados a mais valia de um Cineteatro (de que falaremos numa outra ocasião), fica a visão estratégica de quem abonava o presente e o futuro do Barril de Alva: um ponto de referência espacial graças à sua “BIFURCAÇÃO DE ESTRADAS”.
E assim continua nos dias de hoje…


Barril (de Alva) - uma terra da Beira


 TALVEZ NÃO SAIBA...

Quem vem dos lados de Côja, depois das primeiras casas, a cerca de 200 metros, do lado esquerdo, encontra na parede da residência da família do nosso saudoso conterrâneo António Inácio Alves Correia de Oliveira, AIACO, este conjunto de mosaicos que identificam a nossa aldeia, encimados por um outro que ostenta três letras entrelaçadas: ACP. O “sinal” representa a ligação associativa do proprietário ao Automóvel Clube de Portugal...

Desconhece-se se a palavra BARRIL, num outro plano, completava a  toponímia  da freguesia do BARRIL DE ALVA. A não ser assim, o conjunto dos mosaicos é anterior à fundação da freguesia que, como se sabe,  “(…) foi criada pela Lei nº 1639, de 25 de julho de 1924, pela desanexação da povoação de Barril da então freguesia de Vila Cova de Sub-Avô (atualmente Vila Cova de Alva), que passou a ser uma freguesia autónoma (…)”. 

 

domingo, 28 de setembro de 2025

Grupo Desportivo (do) Barril de Alva - "IN HOC SIGNO VINCES"

 




Desconhece-se quem foi o autor da figura simbólica que imaginou para o Barril de Alva um clube desportivo: G.D.B.A. – Grupo Desportivo (do) Barril de Alva.

Não restam dúvidas de que o “sonhador” tinha na ideia associar o G.D.B.A. ao “maior clube de Portugal”, o S.L.B., na ótica de quem é fã. A águia seria substituída pelo Cuco (os barrilenses são conhecidos por esse epíteto), e como não podia deixar de ser, o pipo (barril) com que se identifica a aldeia, fazia parte da alegoria final.

Interessante é a frase alusiva ao projeto da futura instituição, escrita em latim: IN HOC SIGNO VINCES = "COM ESTE SINAL VENCERÁS".

Além do nome do autor, não se sabe em que ano nasceu o sonho – desta vez

( nem) “…sempre que o homem sonha o mundo pula e avança…” ( excerto do poema  de António Gedeão “Pedra Filosofal”)

 

 

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Barril de Alva - prioridades inscritas no III Plano de Fomento (1963)

- Vénia aos "construtores dos sonhos"



Na falta de mais pormenores sobre o alinhamento do Boletim nº 3 da Casa do Concelho de Arganil de julho de 1963, publica-se o destaque das obras consideradas prioritárias”, como a “Construção de um Hospital Sub-Regional ou a reparação e profunda remodelação do Hospital Condessa das Canas”.
É suposto concluir que o III Plano de Fomento, além do mais, priorizava a solução de alguns dos problemas da freguesia do Barril de Alva...
De notar;
- O administrador do Boletim era o barrilense António Inácio Alves Correia de Oliveira;
- A apresentação do referido documento esteve a cargo da União e Progresso do Barril de Alva, U.P.B.A.

 

Boletim da Casa do Concelho de Arganil

Ano II, julho de 1963 nº 3

Diretor -Joaquim Gregório Filipe

Administrador -António Inácio Alves Correia de Oliveira

 A Casa do Concelho Arganil, a quando da realização I Colóquio Municipal, realizado no dia 29 de julho do último ano, presidido pelo  S. Exª o Sr. Governador Civil do nosso Distrito e ainda com a presença dos Exmºs Deputados por Coimbra, incumbida de apresentar um estudo de obras e outros melhoramentos.  Coube à União e Progresso do Barril de Alva apresentar o

 III Plano de Fomento



- Aumento do caudal dos chafarizes
- Conclusão da reparação da estrada para Lourosa
- Reparação da estrada para Vila Cova se Alva
- Reparação e beneficiação da Igreja Matriz

-Calcetamento de várias ruas da localidade
- Consolidação da barreira da estrada entre o Largo Chiado e o Largo José Freire de Carvalho e Albuquerque
- Reparação completa do edifício Escolar
- Construção de uma Pousada
- Construção de um Hospital Sub-Regional ou a reparação e profunda remodelação do Hospital Condessa das Canas
- Povoamento do Rio Alva com espécies piscícolas

Faltou indicar:
- Distribuição de água ao domicílio
- Regularização, ajardinamento e vedação do largo em frente ao Edifício Escolar
- Colocação de um monumento em granito em homenagem aos beneméritos barrilenses

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

O projeto da “Hidro” (de Arganil) foi pensado para ser implantado no Barril de Alva


A localização da "Hidro" 
estava prevista
para este local,
a jusante do Urtigal

A Empresa Hidroelétrica de Arganil (HEA), localizada no rio Alva, a jusante de Côja, foi uma das várias empresas privadas que desempenharam um papel crucial na eletrificação de Portugal no século XX.
Fundada em 1927, operou até 1978 no sistema original.
O projeto da “Hidro” foi pensado para ser implantado no Barril de Alva, a cerca de quinhentos metros a jusante do Urtigal. Existem vestígios da algumas marcações da obra nas duas margens do rio, a mais visível é um pequeno pilar junto ao caminho que segue da ponte para o Urtigal.
A futura barragem, além de gerar energia renovável limpa, iria proporcionar o regadio das ricas margens do Alva, possivelmente até ao sítio conhecido por “Maria Gil” (?), nos domínios da extinta freguesia. Na ponte do Barril de Alva existem duas aberturas para encaminhar o caudal do regadio, segundo as boas lembranças de um passado recente,
Por razões técnicas e ambientais, não foi possível avançar com o projeto inicial, tendo sido adaptado e construído num outro local.
A “Hidro” proporcionou emprego a dezenas de beirões e melhorou a vida de milhares de cidadãos; de memória, o meu amigo Avelino Bernardo, também ele antigo funcionário da “Hidro”, recorda alguns barrilenses e outros companheiros que serviram a empresa sob as ordens de outro conterrâneo, o chefe Abel Simões:
- Carlos Leal, Nelson Gouveia, António Nobre, Luís Castanheira, António Brito, Carlos Gouveia, e João Paulo; de Vila Cova de Alva, José Melro; de Avô, Augusto Figueira; de Pomares, António Barbosa e António Castanheira; de Arganil, José Pena, José Albertino, Maria Filomena Simões, e Maria de Lurdes; de Casal do Frade, Maria Manuela; de Pombeiro da Beira, Belarmino Monteiro; de Vilarinho do Alva, António Carvalho; da Sarnadela Manuel Augusto, além de outros.
O barrilense António Nunes foi um dos primeiros encarregados da Empresa Hidroelétrica de Arganil, agora automatizada.

Barril de Alva - ponte sobre o rio Alva