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segunda-feira, 1 de setembro de 2025

O projeto da “Hidro” (de Arganil) foi pensado para ser implantado no Barril de Alva


A localização da "Hidro" 
estava prevista
para este local,
a jusante do Urtigal

A Empresa Hidroelétrica de Arganil (HEA), localizada no rio Alva, a jusante de Côja, foi uma das várias empresas privadas que desempenharam um papel crucial na eletrificação de Portugal no século XX.
Fundada em 1927, operou até 1978 no sistema original.
O projeto da “Hidro” foi pensado para ser implantado no Barril de Alva, a cerca de quinhentos metros a jusante do Urtigal. Existem vestígios da algumas marcações da obra nas duas margens do rio, a mais visível é um pequeno pilar junto ao caminho que segue da ponte para o Urtigal.
A futura barragem, além de gerar energia renovável limpa, iria proporcionar o regadio das ricas margens do Alva, possivelmente até ao sítio conhecido por “Maria Gil” (?), nos domínios da extinta freguesia. Na ponte do Barril de Alva existem duas aberturas para encaminhar o caudal do regadio, segundo as boas lembranças de um passado recente,
Por razões técnicas e ambientais, não foi possível avançar com o projeto inicial, tendo sido adaptado e construído num outro local.
A “Hidro” proporcionou emprego a dezenas de beirões e melhorou a vida de milhares de cidadãos; de memória, o meu amigo Avelino Bernardo, também ele antigo funcionário da “Hidro”, recorda alguns barrilenses e outros companheiros que serviram a empresa sob as ordens de outro conterrâneo, o chefe Abel Simões:
- Carlos Leal, Nelson Gouveia, António Nobre, Luís Castanheira, António Brito, Carlos Gouveia, e João Paulo; de Vila Cova de Alva, José Melro; de Avô, Augusto Figueira; de Pomares, António Barbosa e António Castanheira; de Arganil, José Pena, José Albertino, Maria Filomena Simões, e Maria de Lurdes; de Casal do Frade, Maria Manuela; de Pombeiro da Beira, Belarmino Monteiro; de Vilarinho do Alva, António Carvalho; da Sarnadela Manuel Augusto, além de outros.
O barrilense António Nunes foi um dos primeiros encarregados da Empresa Hidroelétrica de Arganil, agora automatizada.

Barril de Alva - ponte sobre o rio Alva


domingo, 10 de agosto de 2025

O "casamento forçado" de Coja e Barril de Alva merece ser feliz e abençoado pelos deuses



O Barril de Alva vê chegar o dia das próximas eleições autárquicas, em outubro, resignado pela triste sorte “de não ter o direito de caminhar pelo próprio pé”; como membro do último executivo, 2019/2013, ouso alertar as consciências de quem irá exercer o direito da escolha do próximo executivo autárquico para o futuro que se avizinha…


Nada a dizer sobre os trabalho possível dos anteriores e atuais gestores da União de Freguesias, no que ao Barril de Alva diz respeito. Só quem não tiver “olhos de ver” ou manifesta má-fé poderá usar a crítica maliciosa em seu desabono. Naturalmente, ninguém pode agradar a gregos e a troianos…
O desempenho das obrigações da equipa  da  antiga Junta de Freguesia estava alicerçado no amor ao Barril de Alva, onde nascemos e aprendemos a "ler, a escrever e a fazer contas". Os eleitores, além do mais, deram-nos a subida honra de manter vivas as memórias dos nossos antepassados e fazer mais e melhor pela nossa terra natal.
A partir de outubro, o mínimo que se exige a quem irá governar o território da ex freguesia do Barril de Alva é a continuidade destes princípios.
O mesmo se deseja para a ex freguesia de Coja e aldeias satélites.
Em suma: de mãos dadas, com dedicação, competência e muito, muito trabalho, o "casamento forçado" de Coja e Barril de Alva merece ser feliz e abençoado pelos deuses.

União de freguesias
“A Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro, estabeleceu a reorganização administrativa do território das freguesias, que resultou na criação de uniões de freguesias. Essa lei define o regime jurídico para a criação, modificação e extinção de freguesias, incluindo a agregação de freguesias em uniões.
A lei usa a expressão "união de freguesias" para descrever a agregação de duas ou mais freguesias em uma única entidade administrativa. A expressão "união das freguesias" também pode ser encontrada, mas a forma correta e mais utilizada na legislação é "união de freguesias".

“As (próximas) eleições autárquicas portuguesas de 2025,ou eleições para as Câmaras Municipais, Assembleias Municipais, Juntas de Freguesia e Assembleias de Freguesias serão realizadas a 12 de outubro de 2025. Estarão em disputa nestas eleições autárquicas a escolha de 308 presidentes de câmaras municipais, os seus vereadores e assembleias municipais, bem como 3 259 assembleias de freguesia, número que aumentou em termos líquidos em 167 freguesias relativamente às últimas eleições onde foram a votos 3 091 freguesias, fruto do processo de desagregação de freguesias, das quais sairão os próximos executivos das juntas de freguesia” – Wikipédia

... Enquanto houver memória

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Urtigal - uma estória de amor



*
No colo da margem, o URTIGAL floresce.
É um pedaço de paraíso
verde a brilhar,
onde a água do Alva, suave, o aquece
e o rio-pai o faz prosperar.
O Barril cresce,
erguido em canção,
com a força das águas que o viram nascer.
e tem o nome do rio no coração
a história de amor que o fez florescer
_
... com o "precioso" contributo  da IA do Gemini

quarta-feira, 30 de julho de 2025

Os que não "assobiam para o lado"

Sob o espírito da U.P.B.A. 

É por estas e por outras “coisinhas” QUE OS BARRILENSES SÃO ASSIM !

Para alguns voluntários,
a hora de almoço 
é quando tudo está
(quase) terminado;
fraternalmente, petiscam do 
mesmo prato

No que toca ao associativismo, aqui por estas bandas, devo ter cautela nas palavras que “saem da ponta dos dedos”, que são quatro, aqueles que respondem aos impulsos da mente – os outros seis (dedos) “são mudos”…

…Pretendo alguma elegância nas palavras para saudar todas e todos, como agora se usa na política partidária, pela dedicação (de quem a tem…) à causa pública; quando assumem o trabalho “pro bono”, roubando tempo  ao descanso do corpo e do espírito para erguer “qualquer coisa” que tenha utilidade para os seus semelhantes, há que lhes tirar o chapéu.
A lista dos trabalhos “grátis” que os voluntários assumem é vastíssima, mas vou direito ao assunto que serve de legenda à fotografia que ilustra esta croniqueta de trazer por casa.
- Cá vai: nos últimos  anos, o Barril de Alva apresentou três jornadas de entretenimento puro, graças à dedicação, trabalho e alguns gastos pessoais de “duas mãos cheias de pessoas”!
Nem todas estas boas vontades têm raízes na aldeia - os espíritos “rebeldes” e proativos são suficientes para quem não assobia para o lado quando a causa é solidária e fraterna, e tudo acontece como num golpe de magia!
Os outros, os que assobiam para o lado e nada fazem - nunca fizeram! -, também têm direito a opinar:
- Então, gostaste da festa?
- Ééééé… nem por isso, foi fraquita.
Como já se percebeu, o pretexto para este texto de ocasião tem um nome: Barril Summer Fest.
Dizer a quem achou a festa fraquita: - “Para o ano fazes tu, juntas um grupo de amigos e metem  mãos à obra…”- era resposta merecida, mas pouco elegante

A U.P.B.A. é a única coletividade de cariz regionalista que existe no Movimento Associativo Almadense, devidamente legalizada e no ativo

Quase a terminar:
O Tonecas, presidente da União e Progresso do Barril de Alva, enviou-me um exemplar de livro “Movimento Associativo Almadense". São trezentas páginas com análises sociais e múltiplas informações, o que faz da edição um documento valioso para as comunidades referenciadas, onde está incluída a U.P.B.A., como é de imaginar.
Na página setenta e três, dedicada às "Coletividades, Associações e Clubes," por antiguidade na fundação, das vinte e sete instituições referenciadas, a União e Progresso do Barril de Alva ocupa a posição onze!
Pormenor: a U.P.B.A. é a única coletividade de cariz regionalista que existe no Movimento Associativo Almadense, devidamente legalizada e no ativo.

É por estas e por outras “coisinhas” que o Barril de Alva é uma referência no concelho de Arganil.
É por estas e por outras “coisinhas” QUE OS BARRILENSES SÃO ASSIM !
-
CR

terça-feira, 15 de julho de 2025

Urtigal - "Junto da bica água cristalina..."

 




Em 2009, quando o executivo da Junta de Freguesia do Barril de Alva, entretanto eleito, fez o levantamento dos pontos mais sensíveis para o desenvolvimento do turismo, facilmente se concluiu que o Urtigal e todo o espaço adjacente ao Parque de Merendas AIACO, junto à ponte, carecia de projetos estéticos com utilidade prática. "Agradar à vista", sim; cativar as sensibilidades de quem aprecia a Natureza, também, mas...
Com o rio Alva a musicar em estereofonia as águas que serpenteiam por entre as pedras no tempo do estio, era de toda a conveniência tirar partido desse "espetáculo", que incluia  o belo canto dos rouxinóis…
Havendo "tudo isto", com a soberana finalidade de fazer da nossa terra um local ainda mais aprazível, discutiram-se ideias!
A limpeza do Urtigal (mais tarde soube-se que, em tempos recuados, se chamara Quinta do Urtigal - volume XI da obra“Portugal Antigo e Moderno”, editado em 1886: o lugar do BARRIL e a QUINTA DO URTIGAL fazem parte da freguesia de Vila Cova de Sub-Avô....), junto ao caneiro, fez aparecer ruinas do lagar e da moenda que ali existiram, por certo durante mais de um século.
Uns, pelo conhecimento do "crime" cometido na zona industrial e na casa do caseiro, onde viveram duas ou três gerações de moleiros, pescadores e agricultores, outros com as memórias frescas, apesar do avanço daa idades - todos relataram estórias que, no entender do executivo da Junta, deveriam ser sinalizadas de modo a que os vindouros tivessem a curiosidade de questionar os barrilenses mais velhos:
- O que era "isto"?...

Aproveitamento das ruinas da moenda e do lagar

Foi com essa finalidade que se ergueu no Urtigal um espaço propício ao entretenimento e convívio familiar e, ao mesmo tempo, terminar definitivamente com as fogueiras dos piqueniques de ocasião.
O Parque para Autocaravanas, construído junto à ponte, num local onde existem vestígios da pesquisa de ouro pelos romanos, além de uma referência regional pela localização, é um espaço de repouso digno e acolhedor.
Depois da junção de Coja e Barril de Alva, o executivo eleito (e seguintes) para a União das extisntas freguesias não descurou o embelezamento dos referidos locais, dotando-os de infraestruturas que, embora modestas, são polos de atração para quem nos visita.
- O rio insiste no diálogo com quem tem conversa capaz de entender alguns dos seus segredos e perceber a sua "música". Basta estar atento!
- O antigo lagar, agora, adivinha-se ....
- A água fresca e leve da fonte, dia após dia, todos os dias, só espera por quem a possa sorver com deleite.


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Nota: texto adaptado de uma publicação no blog https://ritual.blogs.sapo.pt/ em 04.07.17 , initulada "Quinta do Urtigal" recupera mística



quinta-feira, 5 de junho de 2025

Está a chegar o S. João

Piquenique no Largo da Ponte durante os 
festejos em honra de S.João

De memória, recordo a festa em honra de S. João – o maior de todos os festejos populares realizados no Barril de Aldeia, a aldeia onde nasci.
“Era” em junho!
Durante dois dias, fazia-se a festa - pretexto para os nossos patrícios da área metropolitana de Lisboa se organizarem como excursionistas de abalada até Barril de Alva para “matar saudades” da terra, rever amigos, “beber uns copos” e, claro, ouvir a Filarmónica, a menina bonita de todos nós. Por cá, os mordomos enfeitavam o largo da Igreja Matriz, erguiam os pendões, montavam a barraquinha da quermesse e a iluminação, a condizer com o evento, contratavam o conjunto de baile para animar o serão, organizavam o tradicional piquenique no Parque da Ponte, e à “hora do costume” ao fim da tarde, um destemido e corajoso fogueteiro, a meio da ponte, soltava os foguetes - muitos foguetes! 
Do alto do monte que existe do outro lado da ponte, os vilacovenses respondiam a preceito, com foguetes, muitos foguetes…
Festa de S. João obriga a práticas religiosas, o que era cumprido a rigor. Contudo, o lado profano tinha rituais que os barrilenses não dispensavam.
O “nosso” S. João, “pobrezinho, mas honrado”, não dispensava uma marchinha depois do piquenique no Parque da Ponte.
Nesse dia, juntavam-se as famílias, merendava-se a preceito, tocava a Banda e, ao fim da tarde, inventavam-se arquinhos a condizer, compunha-se a marcha, os foliões mais corajosos na dianteira, e a Banda, às ordens do mestre, tocava a “Marcha do Barril”. Alguns e algumas sabiam a “letra de cor e salteado”- o Silvestre e a esposa Leonor eram os “reis da festa”!

Lá lá, lá lá…” - lá vai o Barril / lá vai o Barril /
lá vai todo contente / sempre fixe e alegre / para toda a gente…”


S. João de Alqueidão

Capela de S. João de Alqueidão
"Em o derradeiro dia de Maio da era de 1633,
eu prior Manuel Nunes disse a primeira missa em a capela de
 Sam João Bautista que mandei fazer"

Vila Cova de Alva também festeja (?) o “seu” S. João, com capela no morro de Alqueidão – era de lá que vinha a “resposta visual e sonora” durante o despique do foguetório, para gáudio de quem se considerava “vencedor” do entretenimento (e não mais do que isso!). O facto do Barril de Alva se ter desvinculado em 1924 da freguesia de Vila Cova (de Sub -Avô) fez nascer uma certa rivalidade entre os naturais das duas freguesias. “Ganhar no jogo dos foguetes”, naquele tempo, para os mais velhos, sabia a vitória…
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Vem a talhe de foice lembrar a riquíssima História de Vila Cova de Alva. Sobre a capela (original) de S. João de Alqueidão: “(…) Segundo o Padre Januário Lourenço dos Santos, a capela foi construída em 1633 e é um nítido aproveitamento de um templo anterior, de maior vulto, de que se encontraram restos subterrâneos das suas paredes, sepulturas, com cabeceiras da época medieval, com a cruz de malta, no terreno circundante, naturalmente o cemitério, e, ainda, fragmentos de cerâmica (…)”

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O “nosso” S .João está quase a chegar!
- E o de Vila Cova de Alva também!
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NOTA- O texto sobre o  "Dia de S.João" foi adaptado de uma publicação anterior