segunda-feira, 25 de julho de 2022

Reflexão sobre um placebo (dia do Barril de Alva)


O “dia do Barril de Alva” é comemorado a 25 de julho, data da sua independência administrativa que, como é sabido, terminou em 2013.
Então, como se impunha no âmbito da reforma administrativa, Barril de Alva e Coja somaram direitos e deveres, e assumiram o “casamento por conveniência”…
Serve o introito para situar a reflexão, que entendo como “lógica” na busca de um placebo que “disfarce” a dor que a “pedra no sapato” provoca em muitos de nós, barrilenses, pela perda da sua emancipação autárquica,
Cá vai:

- O Barril de Alva deve manter a tradição do dia 25 de julho em memória da orgulhosa efeméride registada no ano de 1924, qual “grito do Ipiranga”, ou deverá escolher outra data de relevo para COMEMORAR O SEU DIA?

De 2013 até hoje, “fiz campanha” pública pela manutenção da nossa memória coletiva; sou, pois, “suspeito” por trazer esta reflexão peregrina à liça da opinião de quem a tem - ou não.

O que diz a História
A História refere que em 1925, “…o Barril, apesar de ser o povo de constituição mais recente, atingiu tal desenvolvimento que hoje, por si só, se sente capaz de formar organismo administrativo à parte, tendo-se dotado gradualmente de todos os elementos que o impõe à consideração do Estado e da opinião pública” - palavras do Dr. Alberto Moura Pinto, deputado pelo círculo de Arganil, que constam do projeto de lei apresentado ao Parlamento do País no sentido de ser criada a nossa freguesia.
Uma outra página da nossa História recente, relembra que a freguesia do “(…) Barril de Alva (…) foi extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo sido agregada à freguesia de Coja, para formar uma nova freguesia denominada União das freguesias de Coja e Barril de Alva, com sede em Coja”. Ponto.
Não importa discutir, aqui e agora, os critérios que estiveram na base da decisão de “encerrar” a nossa freguesia, e que mereceram de muita boa gente, de forma educada e responsável, veementes protestos.
Quem entender por bem pesquisar as realidades das diversas freguesias do concelho de Arganil em 2013 (número de habitantes, qualidade e quantidade de acessos, infraestruturas sociais, zonas turísticas, comércio, etc) concluirá que o Barril de Alva apenas num ponto (como outras freguesias, que se mantiveram ativas) não reunia a totalidade das condições exigidas para manter o estatuto autárquico, mas…
O Barril de Alva, para todos os efeitos, “foi vítima” da dinâmica da sua Junta de Freguesia, que mudou o paradigma da gestão autárquica em curso, entre 2009 e 2013.
Lamentavelmente, durante as várias discussões sobre o assunto, quem de direito não avaliou com rigor o “milagre da mudança” - desde a recuperação do edifício escolar à criação da zona lúdica do Urtigal, da Área de Serviço para Autocaravanas ao arranjo estético da Praça Alberto Martins de Carvalho (antigo Largo da Escola), da requalificação do cemitério, fontanários, ruas, caminhos e Miradouro da “Estrada dos Vales” (com vista privilegiada sobre o Barril de Alva) à animação sócio cultural, dinâmica do Turismo (Feira do Turismo, em Lisboa, Programa “IR é o melhor Remédio”, SIC) etc, etc -, como foi profundamente demonstrado na Assembleia Municipal de 29 de setembro de 2012, como testemunha o texto apresentado nessa reunião magna, disponível aqui:

O placebo
Na busca do tal placebo que “disfarce” a dor que a “pedra no sapato” continua a provocar em muitos de nós, barrilenses, pela perda da sua emancipação autárquica, surgiu esta ideia muito, pouco ou nada luminosa - pode ser um não assunto, mas daí não vem nenhum mal ao mundo…
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Carlos Ramos

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