A senhora é de poucas falas, na verdade mal a conheço, mas sempre que nos cruzamos sorri e toma a iniciativa do cumprimento de ocasião.Há dias, fomos mais longe nas palavras de circunstância, à mesa do café, e a senhora perguntou como ia o meu coração - calmo e sossegado, disse, e se se referia ao "aviso" com que me abanou, faz agora quatro anos, não ficaram sequelas; cuido-me o melhor que sei e posso, vou indo... andando!
Disse a senhora: como sempre o vi sorrir, ninguém diria que esteve com um "pé no outro lado"...
Naturalmente, sorri. Nem sempre o sorriso é sinal despreocupado da melhor disposição, respondi.
Cito Gabriel Garcia Márquez: "Nunca deixes de sorrir, nem mesmo quando estiveres triste, porque nunca se sabe quem se pode apaixonar pelo teu sorriso".
Com esta memória de um dos meus escritores favoritos, regressei a casa. Depois, procurei na estante palavras do mesmo autor e encontrei uma mão cheia de frases anotadas - escolhi a que me parece mais consentânea com a realidade:
"O segredo de uma velhice agradável consiste apenas na assinatura de um honroso pacto com a solidão".
2 comentários:
Pois bem, amigo, hoje vim até ao seu cantinho..Grandes melhorias: acolhedor, atractivo...
Depois, logo um texto com referência a um grande senhor...
Apreciei muito o texto e o tom com que fez o relato...Parabéns!
Abraço :)
Ah, não podia deixar de registar que. enquanto lia alguns textos, ouvi canções que me levaram para tempos bem remotos! :)
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